Diretor do UNODC anuncia estudo abrangente sobre crimes cibernéticos

27 de janeiro de 2012 - O diretor-executivo do UNODC, Yury Fedotov, anunciou que a organização iniciou um estudo abrangente sobre o problema dos crimes cibernéticos e as respostas adotadas pelos Estados-Membros, a comunidade internacional e o setor privado.

Durante o fórum sobre Riscos Globais 2012, no âmbito do Fórum Econômico Mundial realizado esta semana em Davos, Fedotov anunciou que os Estados-Membros vão receber em breve um questionário do UNODC sobre prevenção ao crime cibernético, políticas, legislação, respostas das autoridades judiciárias e da justiça penal, cooperação e assistência técnica. Os resultados do estudo serão apresentados à Comissão das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal em 2013 e as respostas ao crime cibernético serão informadas aos Estados-Membros.

"Muitos países não têm legislação básica para criminalizar crimes cibernéticos ou não preveem poderes processuais necessários para que as autoridades judiciárias possam realizar investigações especializadas, como a interceptação do tráfego de dados online ou o uso de softwares forenses", observou Fedotov.

O estudo completo está em linha com o mandato do UNODC para contribuir com uma maior compreensão da ameaça dos crimes cibernéticos e prestar assistência técnica e treinamento aos Estados para melhorar a legislação nacional e criar capacidades para lidar com crimes cibernéticos.

Um relatório de 2010 do UNODC "A Globalização do Crime: Um estudo sobre as Ameaças do Crime Organizado Transnacional" mostrou que mais de 1,5 milhão de pessoas por ano tem a identidade roubada, gerando perdas econômicas estimadas em US$ 1 bilhão, e que o crime cibernético está colocando em risco a segurança das nações, com a invasão de redes de energia, do tráfego aéreo e até mesmo de instalações nucleares.

"A mesma tecnologia da informação que traz muitos benefícios também oferece novas oportunidades para o crime para aqueles capazes de explorar vulnerabilidades na rede global, geralmente para obter ganhos financeiros. Criminosos usam a tecnologia para coordenar o tráfico de ilícitos e os fluxos financeiros, abusar e explorar crianças, incitar ao racismo ou ao ódio religioso, ou perpetrar atos de terrorismo", disse Fedotov.

"O UNODC está preparado para oferecer assistência técnica aos países que assim o solicitem", disse o diretor executivo, acrescentando que somente por meio de parcerias em nível nacional, regional e internacional, entre governos, setor privado (fornecedores de serviços de Internet e empresas de tecnologia da informação); academia, organizações intergovernamentais, que os desafios emergentes dos crimes cibernéticos pedem ser abordados.

Fedotov observou ainda que o maior envolvimento dos países em desenvolvimento em redes de cooperação para aplicação da lei é crucial para o desenvolvimento de uma resposta global ao crime cibernético.

Em maio de 2011, a União Internacional de Telecomunicações e o UNODC assinaram um memorado de entendimento para ampliar a gama de serviços e de apoio a países que solicitaram assistência para tratar de crimes cibernéticos.

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