Paraguai busca desenvolver um plano para auxiliar prisioneiros

Assunção, 15 de janeiro de 2014 - A situação preocupante das prisões no Paraguai foi a questão que levou um grupo multissetorial a se reunir pela primeira vez na semana passada, a fim de discutir e trocar ideias que podem orientar o desenvolvimento de um Plano Nacional de assistência integral a internos do sistema prisional.

Um segundo encontro será realizado hoje, no qual a primeira proposta preparada pelos especialistas será analisada para alcançar um sobre um plano comum, que seria uma proposta de solução para os problemas que afetam os presos. O objetivo é conquistar, por meio de tratamento médico e psicológico, a reabilitação eficaz e a reintegração social dos internos.

De acordo com os últimos dados disponíveis, existem no Paraguai 9.400 presos em 17 penitenciárias em péssimas condições, devido a superlotação, falta de assistência médica e tratamento psicológico, além do alto consumo de drogas e álcool, fatores que influenciam a difícil tarefa de reabilitação e reintegração na sociedade.

A primeira oficina foi realizada no dia 6 de janeiro no Centro de Dependência, com apoio do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), dentro do programa de Fortalecimento do Estado de Direito, Segurança e Justiça no Paraguai. O evento reuniu especialistas em diferentes disciplinas dos Ministérios da Justiça e Direitos Humanos, da Saúde Pública, do Supremo Tribunal Federal e da organização não governamental Altervida.

O primeiro encontro serviu como troca de experiências, com cada participante apresentando a necessidade de formar grupos de trabalho entre os diversos setores do governo e organizações da sociedade civil.

"É necessário um trabalho em equipe que compartilhe informações", disse a Especialista em Saúde Mental do Controle de Dependência, Mari Olmedo. Ela também enfatizou a necessidade de um plano nacional para sistematizar informações e ajudar os internos, que hoje são considerados como "restos humanos".

Já o Diretor Geral do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, Osvaldo Benítez, considerou que o sistema prisional no Paraguai entrou em colapso e não há nenhum plano para a reabilitação e reintegração social dos internos.

Um exemplo é a prisão Tacumbú de Assunção, que tem capacidade para 2.500 presos. Atualmente o local abriga 3.700 pessoas, entre condenados e não condenados, que estão aguardando julgamento, enquanto outros estão abandonados a sua própria sorte, sem ao menos contar com um defensor público.

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