Programas de prevenção

Programas de prevenção do uso de drogas são eficazes quando atendem às necessidades de uma comunidade, envolver todos os setores relevantes e são baseados em evidências científicas. Programas eficazes também devem incorporar forte monitoramento e componentes de avaliação. Esses programas também são rentáveis​​. Demonstrou-se que, para cada dólar gasto, bons programas de prevenção do uso de drogas entre os jovens podem economizar até 10 dólares.

Em 2013, o UNODC lançou na 56ª Sessão da Comissão de Narcóticos (CND) um conjunto de Normas Internacionais de Prevenção do Uso de Drogas , que foi apresentado a gestores brasileiros num evento paralelo ao Simpósio Internacional sobre Drogas: da Coerção à Coesão realizado em Brasília em setembro de 2013.

Além disso, duas outras publicações do UNODC fornecem uma revisão completa dos programas de prevenção ao uso de drogas e suas metodologias: Compilation of Evidence-Based Family Skills Training Programmes e o Guide to implementing family skills training programmes for drug abuse prevention.

Veja abaixo mais detalhes sobre os projetos de prevenção do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, de acordo com os eixos de atuação:

Famílias

Há dois projetos do programa global Family Skills em processo de implementação no Brasil. O primeiro é direcionado a famílias com crianças de até cinco anos e o segundo se destina a famílias com pré-adolescentes e adolescentes de 10 a 14 anos. No momento, os projetos estão em fase pré-piloto. Os programas são desenvolvidos com toda a família e oferecem aos pais ferramentas para melhorar a comunicação e o monitoramento das atividades dos filhos, além de estabelecer limites adequados à idade.

Escolas

As escolas têm sido um cenário importante para o UNODC alcançar muitas crianças e adolescentes com atividades de prevenção. Uma das metodologias de prevenção no contexto escolar lançadas pelo UNODC no Brasil consiste em promover discussões entre alunos de dez a 14 anos de idade.

Há também outra metodologia direcionada a educandos de 6 a 10 anos de idade. Nesse programa, as crianças são divididas em grupos que podem ser reordenados pelo professor ao longo do ano letivo, e participam de um jogo em que o objetivo é melhorar a convivência na escola e evitar a evasão escolar.

Ambiente de trabalho

A partir de uma metodologia internacional de referência, o UNODC desenvolve um projeto de prevenção ao uso indevido de drogas no ambiente de trabalho. O projeto tem como objetivo a adaptação, a implementação e a avaliação do impacto de atividades de redução da demanda por substâncias psicoativas no ambiente do trabalho e na família, seguindo diretrizes elaboradas pelo UNODC, pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). 

No Brasil, o projeto foi adaptado e executado, desde 1995, pelo Serviço Social da Indústria do Rio Grande do Sul (SESI-RS), em parceira com o UNODC, em aproximadamente 50 empresas brasileiras. O SESI também aplicou a mesma metodologia em quatro empresas do Uruguai. Os resultados relacionados à prevenção dos problemas decorrentes do uso de entorpecentes e álcool entre os trabalhadores e suas famílias foram positivos: 

•    Houve uma redução de 16% no número de fumantes. 
•    O consumo de álcool, considerando a frequência e as quantidades consumidas, foi reduzido em 12,5%. 
•    As faltas por motivo de doença ou incapacidade, que oneram as folhas de pagamento da empresa, sofreram uma redução média de 10%. 
•    O número de trabalhadores que costumavam atrasar-se caiu de 7,2% para 5%. 
•    Antes do projeto, 23% dos trabalhadores informaram haver se envolvido em acidentes nos doze meses anteriores. Ao fim do projeto, esse percentual caiu para 14%. 

Como consequência dos resultados obtidos no Rio Grande do Sul, o projeto executado pelo SESI recebeu o certificado de qualidade ISO 9001. A qualidade de vida dos trabalhadores melhorou e a produtividade das empresas também.

Em abril de 2013, o projeto foi lançado pelo UNODC e pelo SESI no Mato Grosso, voltado para o setor industrial e também para as comunidades onde residem os trabalhadores.