No Dia Mundial de Luta contra a Aids, o alvo é o preconceito

Photo: UNODC1º de dezembro de 2009 - Viver com o vírus HIV é a realidade de cerca de 630 mil brasileiros. Ao contrário do que se pensava na década de 80, essa condição não é mais vista como sinônimo de morte. De acordo com o novo quadro da epidemia no Brasil, pessoas infectadas estão vivendo por muito mais anos e com boa qualidade de vida. Foi neste contexto que o Ministério da Saúde lançou, no dia Mundial de Luta contra Aids, uma campanha publicitária cujo slogan é "Viver com a aids é possível, com o preconceito não".

O conceito é traduzido pelo beijo de um casal sorodiscordante - um deles é positivo e o outro não - e representa o combate à discriminação e ao estigma. As diversas peças, que estão sendo veiculadas por todo o país, buscam mostrar que o vírus não é transmitido pelo beijo ou por qualquer outra forma de carinho. E o mais importante: que infectados podem e devem se relacionar sem colocar em risco pessoas do seu convívio social. O material da campanha - folderes destinados à população em geral e a soropostivos, adesivos de mesa, spots de rádio e um filme de 30 segundos - foi disponibilizado pelo Ministério da Saúde para todos os municípios do país.

Durante o lançamento da campanha, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais apresentou uma pesquisa sobre a percepção da qualidade de vida e do desempenho do sistema de saúde entre pacientes em terapia anti-retroviral no Brasil. Segundo o resultado, que serviu como base para a elaboração da campanha, a proporção de pessoas diagnosticadas que alcançaram uma melhor qualidade de vida é reflexo dos avanços dos últimos tempos. A distribuição de antiretrovirais pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir de 1996, por exemplo, foi um marco na história da aids no Brasil. Hoje, estima-se que cerca de 200 mil pessoas estejam em tratamento.

O principal desafio não é mais a doença em si. Mais difícil que tomar coquetel e acompanhar a saúde de perto é ter que enfrentar todos os dias a discriminação e o estigma que o preconceito impõe. Foi por essa situação que o artista plástico Vik Muniz passou, anos atrás, quando não teve coragem de se despedir com um beijo de um amigo soropositivo, que estava nos seus últimos dias de vida. Anos depois, ele coordenou uma ação na qual 600 pessoas se mobilizaram e se reuniram em uma arquibancada, em Guarulhos, cada uma segurando uma parte do mosaico que compunha a imagem de um beijo. A ação se tornou obra de fotografia e, durante a cerimônia do Dia Mundial de Luta contra a Aids, foi entregue ao presidente do Museu de Arte de São Paulo (MASP), João da Cruz Vicente de Azevedo. Uma réplica foi dada de presente ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

Vidas em crônicas

A cerimônia do dia 1º de dezembro marcou também o lançamento da revista AZT, que reúne 12 crônicas selecionadas a partir das histórias de mulheres e homens que vivem com o HIV. A publicação é resultado do concurso nacional Vidas em Crônicas, que traz experiências reais sobre o enfrentamento do medo, do preconceito e das dificuldades das pessoas soropositivas. Os autores dos textos vencedores estiveram presentes e foram homenageados. Na placa que receberam, se lê: "sua vida tornou-se crônica e transcende o espaço e o tempo".


O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) apoia o Ministério da Saúde em suas ações na luta contra a aids.

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Leia a mensagem do Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) pelo Dia Mundial de Luta contra a Aids


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