UNODC apoia a Guatemala no enfrentamento ao crime organizado

Photo: UNODC17 de Março de 2010 - Nesta quarta-feira (17/03), na Cidade de Guatemala, o presidente do país, Álvaro Colom, e o diretor executivo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Antonio Maria Costa, lançaram um programa de três anos, com investimentos de US$ 16 milhões, para reforçar a capacidade da Guatemala de enfrentar o crime organizado.

O Programa Nacional Integrado para Reforçar o Estado de Direito, a Segurança e a Justiça  na Guatemala irá ajudar o governo do país a implementar as reformas da justiça criminal, da polícia e do sistema prisional, além do controle de armas de fogo, da corrupção, dos crimes cibernéticos e do tráfico humano.

O programa será  implementado pelo governo, em parceria com o UNODC, e complementa atividades realizadas pela Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala e pelo Sistema de Integração Centro-Americano. Costa fez um apelo aos financiadores para que forneçam recursos suficientes para a implementação de todo o conjunto de atividades destinadas a reforçar a segurança e a justiça.

"A corrupção, a pobreza e a falta de capacidade de promover a justiça criminal fazem da Guatemala um país extremamente vulnerável ao crime organizado", disse Costa. "Por sua vez, o crime assusta os investidores e os turistas, aprofundando o subdesenvolvimento, que atrai a criminalidade. É hora de quebrar este círculo vicioso, antes que ele quebre a Guatemala", concluiu o diretor do UNODC.

A posição geográfica da Guatemala reforça o problema, já que o país está no fogo cruzado entre os maiores produtores de coca do mundo (países andinos) e os maiores consumidores de cocaína do mundo (países da América do Norte). Cada vez mais, parte das 200 toneladas de cocaína que são traficadas anualmente para a América do Norte passa pela América Central, semeando um caminho de morte e de destruição. As mesmas rotas também são usadas para o tráfego ilegal de migrantes e de armas. Em 2009, 15,7 toneladas de cocaína foram apreendidas, das quais 10 toneladas foram encontradas em um mini-submarino na costa do país.

Estima-se que o lucrativo comércio de drogas represente o dobro do produto interno bruto da Guatemala, além de ser uma das principais fontes de corrupção, enfraquecendo o Estado de Direito e ameaçando a segurança do país. As drogas são também fonte de receita para gangues, as chamadas "maras". Policiais e funcionários públicos são coagidos pela ameaça de violência e pelo suborno. Algumas províncias ao longo das principais rotas de tráfico têm as maiores taxas de homicídio do mundo (cerca de 100 homicídios por 100.000 habitantes).

Costa anunciou que o UNODC vai estabelecer um centro de excelência sobre o crime organizado na Cidade da Guatemala. O centro irá apoiar o desenvolvimento de pesquisa aplicada, coleta de dados e análise sobre as tendências do crime, além de prover treinamento às autoridades nacionais e regionais sobre a luta contra o crime organizado. Isto será parte de uma rede regional de centros de excelência, sendo conectado com o centro de prevenção da criminalidade urbana (em El Salvador), de segurança marítima (no Panamá) e de redução da demanda de drogas e reforma prisional (na República Dominicana).

Como um primeiro passo simbólico na implementação do programa nacional contra a criminalidade na Guatemala, Costa e o presidente Colom acompanharam a destruição de mais de 6 mil armas de fogo ilegais. Segundo estimativas do governo, existem cerca de 400 mil armas registradas no país e 1,6 milhão de armas ilegais em circulação - mais do que uma arma para cada 10 habitantes. Quase 80% dos homicídios na Guatemala são cometidos com armas de fogo. Somente em 2009, foram registrados mais de 5.300 homicídios. Um grande número de mulheres (722) e de crianças (591) estava entre as vítimas. "Destruir essas armas pode reduzir o crime violento na Guatemala, mas é preciso também transformar espadas em arados", disse Costa.

Imagens da visita de Antonio Maria costa à Guatemala estão disponíveis em:

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