UNODC participa da Reunião do GT/UNAIDS

 

Brasília, 5 de outubro de 2016 - A reunião do Grupo Temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/Aids (GT/UNAIDS) foi  realizada ontem, 4 de outubro, na Casa da ONU em Brasília.

Na ocasião, Rafael Franzini, Representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), atual presidente do GT/UNAIDS,  após abrir a reunião, enfatizou a relevância e abrangência do GT/UNAIDS e passou a palavra ao Coordenador  Residente do Sistema ONU no Brasil, Niky Fabiancic. Em sua fala, Niky Fabiancic discorreu sobre as prioridades dos ODS relacionadas ao HIV e o contexto brasileiro, no sentido de o Brasil se comprometer a "não deixar ninguém pra trás", ou seja, não discriminar nenhum grupo da sociedade civil para que todos possam receber o tratamento adequado. Com destaque para o grupo-chave que é mais afetado pela contaminação e ao mesmo tempo o que mais sofre discriminação, como os profissionais do sexo, homossexuais, trans e travestis.

 

Niky Fabiancic também falou sobre o momento crítico na resposta à Aids no mundo, mas que houve avanço nas pesquisas, no tratamento e nas medidas de prevenção.

Ao destacar a interdependência da resposta à Aids aos ODS, Niky falou sobre o ODS 3 (saúde de qualidade) e o ODS 4 (educação de qualidade), no sentido de levar o tratamento às pessoas contaminadas e ainda promover informação sobre as medidas de profilaxia. Ele relacionou a resposta à doença com o ODS 5 (igualdade de gênero), e enfatizou a necessidade de acabar com a discriminação; e com o ODS 16 (paz e justiça) no sentido de cooperação entre Estados e instituições na resposta à Aids.

Para finalizar o seu discurso, o Coordenador Residente do Sistema ONU no Brasil falou sobre as Metas 90/90/90: até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saberão que têm o vírus; 90% de todas as pessoas vivento com HIV estejam diagnosticadas e receberão terapia antirretroviral ininterruptamente e 90% de todas as pessoas recebendo terapia antirretroviral terão supressão viral.

 

Na sequência, a Diretora do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais (DDAHV), Adele Schwartz Benzaken,  em sua apresentação sobre "Novas perspectivas sobre a resposta ao HIV no Brasil"  apresentou o panorama da Aids no Brasil, com 798 mil casos detectados ao longo da série histórica e uma média de 40 mil casos novos detectados por ano. "Houve um aumento na detecção de aids em homens e mulheres, na comparação entre 2005 e 2014. Na faixa etária de 15 a 19 anos (taxa triplica), de 20 a 24 anos (duplica) e de 25 a 29 anos (aumento de 17%)" apresentou Adele. No entanto, houve uma queda de 10,9% na mortalidade por Aids, na comparação dos anos de 2003 e 2015. "A estimativa é de que existam 827 mil pessoas vivendo com HIV/aids no Brasil, mas a cada ano aumenta o número de pessoas em tratamento. Atualmente, são 473 mil. Houve um aumento de 174% no número de novas pessoas em tratamento por ano entre 2009 e 2015", acrescentou Adele. Por fim, a Diretora do Departamento de DST/AIDS reportou o aumento de 31,4%, entre 2014 e 2015, nos testes de HIV realizados e a distribuição de aproximadamente 8,5 milhões de testes rápidos de HIV em 2015.

 

Em seguida, Georgiana Braga, diretora do Unaids, fez um relato sobre a Reunião de Alto Nível da ONU sobre HIV/AIDS e a Declaração Política sobre o Fim da Aids 2016, cujas metas são dobrar o número de pessoas em tratamento; acelerar o alcance da prevenção ao HIV; eliminar novas infecções pelo HIV em crianças, além de um novo enfoque em mulheres, meninas, jovens e na igualdade de gênero.

A diretora do Unaids também deu uma atualização sobre a campanha #EuAbraço nas Olimpíadas e Paraolimpíadas. A campanha, feita em parceria do Ministério da Saúde com a UNESCO, UNFPA e a União Europeia, foi inspirada no Princípio nº 6 da Carta Olímpica: "o usufruto dos direitos e liberdades deverão ser assegurados sem nenhum tipo de discriminação, seja ela de raça, cor, sexo, orientação sexual, linguagem, religião, opinião política ou qualquer outra opinião, nacionalidade, propriedade, nascimento ou qualquer outro status".

 

Finalmente, o Analista da Unidade de Saúde e Desenvolvimento do UNODC, Francisco Cordeiro, apresentou um componente do Programa BRA/004/15 que será desenvolvido pelo UNODC. O objetivo é apoiar o Departamento de DST, aids e hepatites virais na ampliação do acesso das populações-chave às ações de testagem, prevenção e tratamento para DST, HIV/aids e hepatites virais. As ações preveem o desenvolvimento e a adaptação de material, formação de profissionais de diferentes categorias e estudos avaliativos sobre a ampliação do acesso às novas tecnologias de prevenção para populações-chave, com ênfase nas pessoas que usam drogas.

Para promover a campanha #EuAbraço, foi proposto uma série de "abraçaços" que estão sendo contabilizados com o objetivo de utilizar a força simbólica do abraço para enconrajar as pessoas a adotar atitudes de união, afeto, amizade, respeito e combater a discriminação. Além disso, foram distribuídos mais de 500 mil preservativos, 10 mil saches de gel e diversos testes rápidos para HIV no Rio de Janeiro e Salvador. A ideia é que a ação fosse feita durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, mas com o sucesso de mais de 2 mil quilômetros registrados pelo " abraçômetro", a campanha se estende até o dia 10 de dezembro.

 

Ao final da reunião do GT/UNAIDS, os presentes fizeram um abraçaço, que foi contabilizado oficialmente pelo abraçômetro, para encorajar ainda mais as pessoas a participarem da campanha de zero discriminação.

O encontro contou com a presença de representantes das Nações Unidas, setores do governo, representantes de embaixadas, membros da sociedade civil e parceiros de cooperação.

 

 

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