Especialistas em segurança aeroportuária reúnem-se em SP para discutir combate ao crime

São Paulo, 4 de abril de 2017 - Especialistas em segurança aeroportuária de diversos países reúnem-se a partir desta terça-feira (4) em São Paulo para um encontro de três dias com o objetivo de discutir o aumento da capacidade de detecção e interdição de drogas em aeroportos internacionais. A 5ª Reunião Global do Projeto de Comunicação Aeroportuário (AIRCOP) abrange 37 aeroportos em 33 países, e ocorrerá de 4 a 6 de abril. O encontro foi convocado para combater ameaças emergentes representadas pelo tráfico ilícito e apoiar a luta contra o crime organizado e o terrorismo.

Organizado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), com o apoio da Polícia Federal Brasileira (PF), o evento reúne representantes governamentais e especialistas de 44 países das Américas do Norte e do Sul, Caribe, África, Oriente Médio, Europa e Japão, bem como de organizações internacionais tais como ONU CTED (Diretoria Executiva do Comitê Antiterrorismo da ONU) e ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional).

Em seu discurso de boas-vindas, Disney Rosseti, superintendente regional da PF em São Paulo, disse que "lutar contra o tráfico de drogas não é uma escolha, mas uma necessidade cada vez mais premente na busca da paz social e de uma sociedade livre do flagelo do crime organizado".

Amado Philip de Andrés, representante regional da UNODC para a América Central e Caribe, enfatizou que o "AIRCOP começou em 2010 com oito países e, desde então, expandiu para 33 países em África, América Latina e Oriente Médio, com potencial de expansão em outras regiões".

"O AIRCOP contribui para a implementação de partes relevantes das Convenções da ONU sobre controle de drogas e resoluções do Conselho de Segurança (…), ajudando os Estados-membros a cumprir as obrigações internacionais de dissuadir passageiros suspeitos e potenciais terroristas estrangeiros, e fortalecer a resposta dos Estados às ameaças contra a aviação civil", afirmou Andrés.

Claudia Gintersdorfer, representante adjunta da delegação da União Europeia no Brasil, declarou que o "AIRCOP faz parte do Programa Rota da Cocaína, da União Europeia, e é um esforço conjunto por parte do bloco e de seus parceiros para combater a corrente de mercadorias ilícitas e facilitar a comunicação e cooperação entre investigadores criminais e procuradores".

"Desde 2009, a UE participou com mais de 50 milhões de euros para implementar o programa em mais de 40 países de forma a combater o crime organizado transnacional e tráfico de drogas na América Latina, no Caribe e em África", disse Gintersdorfer.

O encontro promove a troca de experiências e boas práticas no combate ao tráfico ilícito por meio de rotas aéreas e no reforço de controles aeroportuários. O AIRCOP visa a prevenir o fluxo de mercadorias ilícitas, bem como melhorar a identificação de suspeitos em aeroportos internacionais, por meio do intercâmbio em tempo real de informações operacionais, treinamentos e formação de "Forças Tarefas Destinadas a Interdição em Aeroportos" (JAITF, na sigla em inglês).

Desde o seu lançamento, em 2010, o projeto capacitou 2.426 agentes, por meio de 143 ações educativas, de aconselhamento e de operações conjuntas. Até agora, as JAITF apreenderam 2.897 kg de cocaína, 1.156 kg de cannabis, 326 kg de heroína, 549 kg de metanfetaminas, 1.397 kg de medicamentos falsificados e 541 kg de marfim, 6,5 milhões de dólares, além de passaportes falsificados e munições, resultando em 788 apreensões e mais de 800 pessoas presas.

Segundo o UNODC, o Brasil se tornou um parceiro essencial do projeto AIRCOP por meio de um acordo de cooperação celebrado entre o AIRCOP e o Programa Internacional de Cooperação Policial Aeroportuária (INTERCOPS) da Polícia Federal.

Segundo dados do Sistema de Informações da Organização Mundial De Alfandegas, Guarulhos (SP) continua sendo o aeroporto com maior número de apreensões de cocaína no mundo: 1,047 kg de drogas (87% de cocaína) e 199 passageiros detidos, dos quais 68% estavam indo para África, nomeadamente Nigéria e África do Sul, em 2016-2017.

O Projeto AIRCOP é financiado pela União Europeia, Japão, Canadá, Noruega e EUA e é implementado pelo UNODC em parceria com a Organização Mundial de Alfândegas (OMA) e INTERPOL.

Para mais informações:

Diana Vasconcelos Teixeira

Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime

Email: diana.teixeira@unodc.org

Telefone: 55 11943483533