O crime e a sua relação com o terrorismo

18 de Março de 2011 - 250 representantes de 90 países se reuniram em Viena nos dias 16 e 17 Março em um simpósio sobre terrorismo para examinar as relações crescentes entre o crime e o terrorismo e iniciar esforços contra essas duas ameaças inter-relacionadas. O simpósio, organizado pelo UNODC, acontece em um momento em quais terroristas estão utilizando cada vez mais diferentes modi operanti e as suas organizações vêm sendo sustentadas por ações criminosas. O tráfico de drogas, o crime organizado transacional, o tráfico de armas e a lavagem de dinheiro se tornaram partes essenciais do terrorismo, o qual tem aumentado a sua presença no mundo do crime.
Falando diretamente do Simpósio, o diretor executivo do UNODC Yury Fedotov comentou sobre o atual mercado global do crime: "Em muitos casos, lucros vindos de operações criminosas sustentam organizações terroristas. A globalização se tornou uma faca de dois gumes. Livres mercados e fronteiras e a facilidade de viagem e comunicação beneficiam tanto criminosos quanto terroristas. Graças aos avanços nas áreas de tecnologia, de comunicação, finanças e transporte, redes independentes de terroristas e grupos de crime organizado que operam internacionalmente podem facilmente começar a se relacionar. Unindo suas técnicas e recursos, eles são capazes de causar mais danos."
Tais grupos criminosos podem muitas vezes sustentar organizações terroristas, apresentando ainda mais ameaças e desafios à segurança global em diversos aspectos. No Afeganistão, os atos terroristas do Talibã são estimulados pela produção de ópio, que é uma fonte essencial de dinheiro; do mesmo modo, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) são capazes de continuar operando graças ao cultivo da folha da coca, ao tráfico de cocaína e ao seqüestro com pedido de resgate.
Durante a sessão de abertura do simpósio, Michael Spindelegger, Ministro de Relações Exteriores da Áustria, apontou a necessidade de fortalecimento da cooperação para enfrentar o terrorismo. "Terroristas se conectam com outras organizações criminosas fazendo uso de novas tecnologias para operar internacionalmente. Nós precisamos conter esse problema através do fortalecimento da cooperação internacional sob a tutela das Nações Unidas."
Um aspecto da luta contra o terrorismo que muitas vezes é subestimado é aquele que toca às vítimas, particularmente desde que o crime e o terrorismo vêm cada vez mais trabalhando juntos.   
No simpósio, foi representada uma rede de indivíduos afetados pelo terrorismo, dirigido por Carie Lemack, diretor e co-fundador da Rede Global de Sobreviventes (Global Survivors Network), uma organização não governamental focada em sobreviventes: "As vítimas do terrorismo são muitas vezes vistas como números que se perdem entre os dados. Nós queremos ajudar a dar nomes a essas pessoas e projetar as suas vozes para que trabalhem contra as fatais e enganosas mensagens sendo espalhadas pelo mundo. No âmbito da complexidade que é a luta contra o terror, indivíduos reais falando contra esse crime é uma ferramenta incrivelmente poderosa para fazer com que as pessoas pensem duas vezes antes de se envolver com terrorismo.
O simpósio sobre o terrorismo marca uma década desde a adoção, em setembro de 2001, do plano de ação contra o terrorismo em Viena, o qual tem estado na vanguarda do programa do UNODC de contenção ao terrorismo. Nos últimos 10 anos, o trabalho do UNODC de apoiar respostas ao terrorismo que sejam baseadas na lei tem aumentado consideravelmente e um progresso significativo foi feito pelos Membros de Estado na implementação do regime internacional contra o terrorismo.

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