Portugal adere à campanha Coração Azul contra o tráfico de pessoas

Blue Heart Campaign in Portugal

16 de abril 2012 - Portugal é o mais novo país europeu a aderir à Campanha do Coração Azul contra o Tráfico de Pessoas. Estima-se que, em toda a Europa, cerca de 140 mil de vítimas do tráfico de pessoas se encontram presas num ciclo-vicioso de violência, abuso e degradação. Pesquisa do UNODC mostra que, muitas vezes, as vítimas são enganadas pelo recrutador que é um parente, suposto amigo ou alguém da confiança delas.

Um terço das vítimas vem dos Balcãs (32%), enquanto 19% da ex-União Soviética, 13% da América do Sul, 7% da Europa Central, 5% da África e 3% do Leste da Ásia. As vítimas da América do Sul tendem a se concentrar em vários países europeus, incluindo Portugal. Devido à sua localização geográfica, Portugal é tanto um país de destino como de trânsito para vítimas do tráfico de pessoas.

A campanha Coração Azul foi lançada em Portugal por Teresa Morais, Secretária de Estado para Assuntos Parlamentares e Igualdade; Manuel Albano, Relator Nacional do Tráfico de Seres Humanos; e Pierre Lapaque, Chefe da Unidade sobre Crime Organizado do UNODC. A campanha visa conscientizar formuladores de políticas e tomadores de decisão, a sociedade civil, a mídia e o público em geral sobre o tráfico de pessoas, a fim de angariar apoio para combater este crime.

"Espero ver o Coração Azul, simbolizando uma solidariedade ativa com vítimas em todo o mundo, se espalhando cada vez mais", disse Teresa Morais. "O lançamento da campanha Coração Azul em Portugal faz parte do nosso plano nacional de combate ao tráfico de seres humanos. Por ser uma campanha global, ela nos permite ampliar o alcance de nosso trabalho de prevenção", disse Manuel Albano.

O tráfico humano é uma grave modalidade de crime organizado, que atinge todos os países. "Na Europa, uma pessoa é traficada cada oito minutos para fins de exploração sexual. O tráfico de pessoas é um dos negócios ilícitos mais lucrativos na Europa", disse Pierre Lapaque. Estima-se que os grupos criminosos lucram cerca de € 2,5 bilhões anualmente por meio da exploração sexual das vítimas. A quantidade de condenações, no entanto, continua relativamente baixo, em comparação com o número de vítimas.

De acordo com o UNODC, a exploração sexual é, de longe, a forma mais comum de tráfico de seres humanos (79 %). No entanto, isto pode ser devido ao fato de que este crime tende a ser mais visível e mais frequentemente relatado. Em comparação, quase um quinto (18 %) do tráfico de seres humanos se destina ao trabalho forçado, susceptível de ser subnotificado, já que as vítimas geralmente trabalham em locais escondidos.

"Devemos ser extra vigilantes e impedir que as pessoas mais vulneráveis fiquem à mercê de criminosos. Devemos investir em mecanismos apropriados de apoio às vítimas e dar uma resposta de efetiva aplicação da lei para punir aqueles que exploram os outros", disse Pierre Lapaque. O UNODC trabalha em estreita colaboração com governos, organizações internacionais e a sociedade civil para combater o crime organizado.

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