Seminário internacional discute investigação de bens apreendidos no Brasil

 

Brasília, 15 de maio de 2015 - Nos dias 13 e 14 de maio, foi realizado o Seminário Nacional sobre Investigação Patrimonial, Administração e Destinação de Bens Apreendidos e Confiscados/Perdidos, no Ministério da Justiça, em Brasília. O seminário é uma das atividades do Projeto BIDAL, da sigla em espanhol para Bienes Incautados e Decomisados en América Latina (Bens confiscados e apreendidos na América Latina), iniciado em agosto de 2014 no Brasil.

O objetivo do projeto consiste em desenvolver e melhorar os sistemas de identificação e localização de ativos de origem ilícita no País, assim como a administração de bens apreendidos e confiscados, por meio do estabelecimento de normas de boa governança e transparência administrativa que permitam: i) privar os delinquentes dos bens adquiridos ilicitamente; ii) obter o maior benefício de tais bens, seguindo os princípios constitucionais como a função social da propriedade; e iii) evitar atos de corrupção e desvio na utilização e disposição de tais bens.

O BIDAL é implementado no Brasil por uma parceria estratégica entre a Comissão Interamericana para o Controle do Abuso de Drogas da Organização dos Estados Americanos (CICAD/OEA), o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça (DRCI/SNJ).

 

Rafael Franzini, Representante UNODC

Para Rafael Franzini, representante do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC, é fundamental que o Brasil trabalhe para melhorar seus processos de devolução de bens confiscados. "Para nós, é muito importante trabalhar neste projeto e poder compartilhar estes primeiros resultados com vocês, que são as pessoas que terão que colocar em prática esses esforços para que alcancemos nossos objetivos.", destaca Franzini.

 

Beto Vasconcelos, 
Secretário Nacional de Justiça

O Secretário Nacional de Justiça, Beto Vasconcelos, também destacou a importância e urgência que o Brasil tem em tratar este tema. "Ainda é um desafio para este País administrar os patrimônios oriundos do crime e temos de melhorar os mecanismos de alienação e preservação dos bens apreendidos para que sejam devidamente recompostos aos cofres públicos". Vasconcelos completa: "a parceria com o UNODC e a OEA é imprescindível para que este processo aconteça."

Com apresentações realizadas por especialistas internacionais e nacionais, o seminário contou com a presença de diversos funcionários das principais entidades do Brasil que trabalham com a apreensão e o confisco de bens de procedência ilícita e sua administração. A primeira apresentação foi sobre os resultados de um diagnóstico da situação atual do Brasil, no que diz respeito a investigação e administração de bens apreendidos.

Durante os dois dias, também foram discutidos temas como: procedimentos e experiência na alienação de bens confiscados e recuperação de ativos, experiência e dificuldades na administração de bens no Brasil, as equipes multidisciplinares e as fontes de informação para a investigação patrimonial, cooperação internacional, entre outros.

Saiba mais

O Bidal é um projeto da OEA que oferece assistência técnica aos países interessados por meio do estabelecimento de normas de boa gestão e transparência na administração de bens de origem ilícita, com o objetivo de procurar o máximo de benefício e evitar desvios. A consultoria será executada no Brasil em um período de 24 meses.

O acordo com a OEA foi traçado no âmbito do projeto de cooperação técnica internacional do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil com a SNJ, que visa o fortalecimento da SNJ em cooperação jurídica internacional, extradição e combate à lavagem de dinheiro.

É também parte da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), que nos últimos quatro anos tem se dedicado a estudar a possibilidade de criação de fundo específico para receber ativos recuperados por práticas de lavagem de dinheiro e corrupção.

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