I Seminário de Saúde no Sistema Prisional do DF

 

Brasília, 24 de junho de 2016 - No dia 20 de junho, a Oficial de Programa do UNODC, Nara Santos, apresentou a experiência do Projeto "A Liberdade de Olhar", no I Seminário de Saúde no Sistema Prisional do DF. Com o objetivo de desenvolver uma metodologia de capacitação e sensibilização sobre direitos humanos no sistema prisional, o projeto é uma realização do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, em parceria com o Ministério da Saúde, o  Ministério da Justiça e contou com o apoio da Delegação da União Européia no Brasil.

A partir de imagens captadas pelos próprios internos e servidores que retratassem situações de vulnerabilidade à promoção e/ou à violação de direitos humanos no contexto da privação de liberdade, o projeto promoveu discussões sobre o assunto, em especial no que diz respeito às questões de gênero, violência e saúde. Este último foi um tema particularmente discutido, principalmente pelo fato de a população carcerária ser, ao mesmo tempo, uma população vulnerável e chave na prevenção e tratamento da Aids, hepatites virais e tuberculose. 

As oficinas do Projeto "A liberdade de Olhar"  foram realizadas no Rio Grande do Sul (Presídio Central de Porto Alegre e Penitenciária Madre Pelletier), em Goiás (Penitenciária Coronel Odenir Guimarães e Penitenciária Feminina Consuelo Nader) e no Distrito Federal (Centro de Detenção Provisória e Penitenciária Feminina do Distrito Federal - Colméia) e contou com a participação de 149 pessoas, entre homens e mulheres, internos e servidores das áreas de segurança, administração, saúde, educação e assistência social.

A apresentação do projeto, juntamente com outras experiências exitosas, como a Farmácia Viva, em que os próprios internos trabalham no cultivo de plantas medicinais para distribuição na rede pública, reflete a necessidade de abranger o debate sobre o acesso à saúde  no sistema prisional para questões e projetos que envolvam a ressocialização, educação e dignidade dos seus protagonistas. Os materiais exibidos no seminário expuseram o sistema prisional sob o ponto de vista deles. A partir disso, os profissionais, especialistas e autoridades em saúde presentes puderam refletir não apenas a condição de estar preso, mas tiveram a oportunidade de pensar a saúde a partir dos direitos humanos. Que a liberdade de olhar possa continuar presente nos muitos seminários de saúde no sistema prisional que estão por vir.

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