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Novas formas de criminalidade organizada: estruturas em rede

 

Uma nova estrutura de criminalidade organizada ocorre no mundo virtual do ciberespaço. O ciberespaço é o mercado eletrónico em que os bens e serviços ilícitos são vendidos, e os negócios muitas vezes se infiltram, sem o contacto físico entre o fornecedor e o consumidor.

Os grupos criminosos organizados usam os serviços digitais, mas também gerem serviços digitais, tanto para obter benefícios financeiros, como outros benefícios materiais. (Broadhurst, Grabosky, Alazab, Bouhours, Chon, 2014; Choo and Smith, 2008) Hackers ameaçam e fazem extorsão às suas vítimas, são compradas e vendidas online drogas ilícitas, bem como de produtos médicos falsificados, de mercadoria contrafeita, espécimes ilícitos da vida selvagem e bens roubados. A Internet e a Darknet fornecem espaços virtuais que podem ser usados para estabelecer ligações entre os criminosos e os consumidores sem contactos físicos. Grupos criminosos organizados estruturados são necessários para estes criminosos?

Os criminosos associam-se quando tal é necessário para desencadear um esquema criminoso. Se os crimes relacionados com o ciberespaço permitem aos criminosos tornarem-se mais desligados dos seus consumidores e vítimas, os membros dos grupos criminosos organizados tornam-se, eles próprios, mais desconectados entre si? Associações criminosas contínuas podem tornar-se menos necessárias. Em vez disso, redes de conveniência emergem em que os criminosos se associam, talvez de forma temporária, e só quando é necessário fazerem-no. Estas circunstâncias podem envolver a necessidade para encontrar membros com certas aptidões ou acesso ao fornecimento, consumidores ou concorrentes. (Brenner, 2002).

Criminalidade Organizada 2.0

A criminalidade organizada contemporânea pode estar em movimento para se afastar das relações tradicionais de longo termo, e se tornarem estruturas mais fluídas e associações temporárias. Por exemplo, a Europol divulgou que aproximadamente 20% das redes criminosas conhecidas na UE existem unicamente por curtos períodos de tempo, e são erigidas para apoiar esquemas criminosos específicos. (Europol, 2017).

A natureza menos formal, e mais fluída de alguns dos grupos criminosos organizados contemporâneos, pode refletir características mais vastas na sociedade em geral, onde relações interpessoais de longo termo diminuem , se verifica a redução da lealdade pessoal, e o comprometimento entre indivíduos e instituições. No mundo da criminalidade organizada, isto é mais um argumento para distinguir os atos dos grupos criminosos organizados dos criminosos que neles se envolvem. Os atos ilícitos cometidos pelos grupos criminosos organizados têm-se mantido estáveis, refletindo mudanças nas oportunidades para prestar bens e serviços ilícitos. Estas mudanças nas oportunidades ocorreram pelo fenómeno da globalização do comércio e das inovações tecnológicas, e.g., acesso mais amplo à Internet e atividade bancária por acesso remoto. Por outro lado, a estrutura dos grupos criminosos organizados podem refletir mudanças na natureza das relações necessárias para serem bem sucedidos no mercado criminoso. A figura 7.1 ilustra as diferenças e semelhanças entre os diferentes modelos de grupos criminosos organizados.

Figura 7.1 Modelos de Grupos Criminosos Organizados

  
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